Por: Augusto Aldon
No inicio dos anos 1930, as famosas corridas de grandes prêmios validas pelo campeonato europeu de automobilismo, rasgavam as pistas do velho continente que até então eram dominadas por carros franceses e italianos.
Após a grande depressão de 1929, surgiu em 1932 a Auto Union, que juntou a Audi, DKW, Horch e Wanderer, afim de criar uma empresa sólida para enfrentar as dificuldades econômicas da epoca.
Ainda em 1932 com o contato de Ferdinand Porsche e seus colegas como Karl Rabe, fundaram a Porsche em Sttutgart, que mesmo contando com o apoio financeiro de Aldof Rosenberger não conseguia obter clientes para seus carros, fundando uma divisão subsidiada chamada Hochleistungsfahrzeugbau - GmbH ou apenas HFB (High performance Car Ltda.), que tinha o foco de desenvolver carros de corrida.
No ano seguinte o campeonato europeu que era dirigido pela AIACR, definiu em regulamento que os carros que disputassem o campeonato não poderiam exceder o peso de 750Kg (sem piloto, água, óleo e pneus), com objetivo de restringir o tamanho dos motores, estimando que este peso limitaria o deslocamento dos motores para 2.5L.
Projeto P-Wagen
O projeto P-Wagen (P em razão do envolvimento direto de Porsche no projeto), consistia em construir um prototipo dentro das regulamentações dos carrosde Formula de 750kg, usando como base o modelo de sua futura rival das pistas o Mercedes-Benz Tropfenwagen 1925, um dos pioneiros em usar o motor central.
Toda via os engenheiros da Auto Union conseguiram acoplar um monstruoso motor V16 ao modelo.
O motor V16 projetado por Porsche faziam os carros terem uma traseira muito longa e pesada, que dificultava muito a pilotagem exigindo o máximo da habilidade de seus pilotos.
Mesmo com um tendência de sob-viragem, os carros da Auto Union conseguiam ser competitivos contras as até então dominantes flechas de prata da Mercedes Benz já em 1934, vencendo os GPs da Alemanha, Suíça e Checoslováquia, cravando também dois segundos lugares na Itália e Eilfelrennen com Hans Stuck ao volante.
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Hans Stuck e seu Type C com cockpit fechado carroceria aerodinâmica, alcançando insanos 320km\H no GP da Italia |
Nos anos seguintes Bernd Rosemeyer assumiu o volantes dos Auto Union começando uma esmagadora hegemonia contra seus concorrentes, com direito a uma exibição incrível no traçado de Nurburgring castigado pelo mau tempo e coberta de neblina, onde todos os outros pilotos são instintivamente mais lentos. Rosemeyer atacou a sinuosas e desniveladas curvas de Nordschieife quase sem visão, voando pela Antoinus Busch a mais de 300km\h e virando cerca de 2min mais rápido Rudolf Cracciola da Mercedes que vinha logo atrás, dando ao alemão grande fama e o apelido de Neibelmeister (mestre da neblina)
O ano de 1937 fechou com 5 vitórias para os Auto Union contra 7 das Mercedes, dominando por completo o campeonato.
Type C Streamliner
Ao fim do ano de 1937, afim de construir uma maquina imbatível que pudesse amedrontar seus oponentes mesmo antes do próximo campeonato, o time alemão deu uma nova roupa para o Type C,
que cobria todo chassis de forma que pudesse cortar o vento e atingir o máximo de velocidade possível.
O novo carro, contava com um novo V16 de 6.05L, que rendia cerca de 520cv a 5.000 RPMs, o suficiente para fazer o raio prateado alemão superar velocidades acima dos 400km\h.
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Type C Streamliner |
Bernd Rosemeyer foi o piloto escolhido para alcançar a façanha de ultrapassar os 400km\h na pista de AVUS, que cortava a Alemanha de Frankfurt até Darmstadt utilizando de trechos de autobahns como retas e curvas inclinadas nas extremidades do traçado como mega circuito oval.
Porém uma rajada de vento fez o Type C levantar voo numa velocidade estimada de 434km\h tirando a vida de Rosemeyer, e com 2 modelos fabricados entre 1937 e 1938 o streamliner saia de cena com a fama de carro indomavel.
Serie Gran Turismo:
No ano de 2004, o ano celebrava a quarto game da serie Gran Turismo, e dentre os mais de 700 carros o Type C estava disponível.
Porém o carro só tinha permissão para ser guiado em apenas 2 pistas do jogo, Nurburgring (em alusão a o feito de Rosemeyer) e a Test Course (lembrando a tragédia em AVUS).
O Type C ainda está presente na atual geração de Gran Turismo, mas desta vez sem restrições de pistas e personalização de cores, desafiando os pilotos virtuais em traçados ao redor do mundo.
Espero que gostem e até o Próximo Post
Excelente matéria Augusto...
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